CENTRO LOGÍSTICO HUMANITÁRIO NACIONAL E RECURSOS DE APOIO LOGÍSTICO OPERACIONAL

“A prioridade da logística humanitária é o fornecimento adequado de água, comida e abrigo, controlar as doenças infecciosas e oferecer atenção clinica à população, objetivando a minimização do sofrimento das pessoas que se encontram em estado vulnerável. Mas para que isso ocorra é necessário que os componentes do processo logístico estejam presentes e interligados.” (MERIM, 24/06/2006 – site: www.administradores.com.br)

INTRODUÇÃO

O ano de 2010 foi marcado por 950 Catástrofes Naturais, desde tempestades com inundações até terremotos e vulcões, perfazendo um prejuízo de mais de US$ 130 bilhões, baseado em uma pesquisa feita pela seguradora alemã Munich Re, que utilizou como base preços estimados pelo setor de seguros de países europeus e dos Estados Unidos.

Este prejuízo vai para US$ 265 bilhões em 2011, considerando apenas o primeiro semestre, e se colocando como o maior prejuízo da historia gerado por catástrofes naturais, resultado do Tsunami que arrasou o Japão em março, terremotos e inundações na Austrália e Nova Zelândia bem como os tornados nos Estados Unidos.

No Brasil, a Região Serrana do Estado do Rio de Janeiro, nos dias 11 e 12 de janeiro de 2011, segundo informações do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), choveu 300 mm em 24 horas, acarretando a maior tragédia climática da história do País, com mais de 905 mortos, 367 desaparecidos, 8.777 desabrigados e 20.790 desalojados.

A maioria dos acessos aos bairros por via terrestre foram danificadas devido à enxurradas que comprometeram pontes, quedas de barreiras, entre outras dificuldades também resultantes da fortes chuvas. Como medidas emergenciais, foram feitos atendimentos de socorro às vítimas e abastecimento das mesmas por via aérea.

Em meio ao cenário de destruição, inicia-se imediatamente a mobilização de voluntários e Instituições para arrecadações e envio de donativos de vários seguimentos, tais como: cestas básicas, alimentos não perecíveis individuais, materiais de higiene pessoal, material de limpeza, roupas, eletrodomésticos, utensílios domésticos, materiais escolares, colchões, água, brinquedos, etc. que, ao chegar serão estocados e separados de maneira a preservá-los para, posteriormente, serem distribuídos de forma justa e eficaz.

Além da situação imediata gerada pelas chuvas, há de ser levado em consideração o tempo para restabelecer a infraestrutura mínima dos órgãos públicos para o atendimento desta população e planejamento de relocação de desabrigados. Além de tudo isto, ainda há a iminência de doenças infectocontagiosas, resultantes da exposição dos sobreviventes às águas poluídas. Prova disso é que 11 dias após as chuvas, detectaram 184 suspeitas de pessoas contaminadas por leptospirose somente em Teresópolis (sendo 17 comprovadas), segundo divulgação da Secretária Municipal de Saúde de Teresópolis, via Jornal O Dia On-line do dia 23 de fevereiro de 2011 e, ainda, o abalo econômico que é gerado nos municípios atingidos.

Tendo em vista às várias situações abordadas, a Logística se torna imprescindível no processo de auxílio às vitimas atuando de forma eficaz nos principais módulos de organização e abastecimento: recebimento dos donativos e estocagem de acordo com a exigência de cada produto (assegurando a qualidade do produto e gerando meios de controle de estoque), desenvolvimento de embalagem para estoque e transporte, criação de rotas, administração de modais de distribuição (atuando de forma coesa e proporcional na distribuição dos donativos), definição de tipo de veículo adequado para cada situação (socorro ou abastecimento em solos danificados), assegurando a rapidez e eficiência do processo, com um fluxo de informações preciso.

MISSÃO

Suprir as necessidades de vitimas em Desastres Naturais, com recursos básicos para a reestruturação e recomeço, de forma digna e minimizando os impactos desta devastação.

Organizando o fluxo de recebimento de donativos, estocagem, e entrega, além da mobilidade das equipes de forma coerente e precisa, colocando o abastecimento proporcional a todos que necessitam respeitando as características de cada família, bairro, cidade ou outro grupo que se faça necessário. A administração logística contribuirá na redução de gastos, de desvio de recursos ou má distribuição de donativos, e contribuindo na capitação de dados de cada ponto atingido abastecido ou que necessita, facilitando o fluxo de informações para que possamos atender com agilidade e qualidade as famílias afetadas.

Nesta modalidade de “funil de abastecimento”, conseguimos atender a todos os necessitados, inclusive os setores públicos de atendimento emergencial como hospitais, postos de saúde, abrigos, alojamentos que acabam sendo afetados e necessitando de recursos básicos para seu funcionamento e atendimento destas vitimas.

Além da gestão dos recursos básicos de apoio a vitima e a integração dos órgãos envolvidos, a administração neste molde proporciona maior desenvolvimento operacional da frota, ganhando tempo e reduzindo o desperdício de recursos e empregabilidade de equipes, criando um circulo de atendimento médico, psicológico, operacional e reabastecimento de todos os afetados neste processo.

VISÃO

A criação de um Centro Logístico Humanitário Nacional de captação, estocagem e distribuição em um ponto estratégico no País, e núcleos estratégicos de distribuições regionais, proporcionará uma identificação a todos que se comovem e se propõem em auxiliar vitimas em desastre, fixando uma referencia para este ato independente da Região atingida ou época do ano. E com isso a gestão em caso de necessidade se torna mais rápida na resposta as ocorrências, diminuindo o impacto e tempo de mobilidade destes itens. E os pontos regionais desenvolverão o contato direto com as operações e os núcleos criados no foco das operações, na região atingida.

OBJETIVO

A montagem de um Centro Logístico Humanitário Nacional e seus recursos de apoio operacionais são fundamentais para um País que tem tido um aumento gradativo em ocorrências de Catástrofes Naturais. Este projeto visa a diminuição do sofrimento da população sobrevivente e, sobretudo, a prevenção para a redução de óbitos, tornando mais humano o processo de restabelecimento da ordem após tanta destruição e dor acarretados pelas catástrofes.

Nosso País, tão rico em sua grandeza, é hoje, refém da mesma quando a extensão de seu território passa a ser o maior obstáculo no que diz respeito à distribuição de donativos e ao tempo. Pensando nas situações já conhecidas, defende-se neste Projeto que o país será melhor atendido se todos os donativos forem direcionados a um local fixo e de fácil acesso como Resende (RJ), que é situada entre os três Estados, Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, além dos pontos de captação e distribuição como rodovias, ferrovias, portos e aeroportos, civis e militares, deste ponto, atender toda nossa extensão territorial de forma adequada, além da redução significativa nos gastos de recursos públicos.

Com seus devidos recursos operacionais atuantes, e seus profissionais preparados e capacitados para atuarem em diversas situações, podemos tornar o processo mais eficaz, reduzir a perda de tempo para os prontos de atendimentos e diminuir consideravelmente a necessidade de deslocamento de recursos materiais de onde já não há o suficiente para sua designação (como das polícias, entre outras instituições).

A integração de um Centro Logístico Nacional Humanitário à uma equipe estruturada com recursos fundamentais, juntamente com a experiência de disciplina das Forças Armadas, será realmente a salvação de um povo que necessita de socorro, que teve o momento de profundas perdas materiais e afetivas, mas que, sobretudo, não deixaram de ser Brasileiros, de acreditarem que terão apoio para se reerguer, e que irão superar parte de sua dor, e se reestabelecendo na sociedade e contribuindo novamente para o crescimento econômico da sua Cidade/ Estado.

Este Projeto foi idealizado para fazer valer a Constituição Brasileira, trazendo novamente dignidade às vítimas de Catástrofes Naturais: a comida para famílias, o medicamento para os doentes, apoio psicológico, promovendo assim, a redução da distancia que a Catástrofe cria entre o povo e seus Governantes, e servindo de apoio aos órgãos para que se restabeleça a ordem e, portanto, a economia local.