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Foto do escritorDouglas Sant' Anna

OS DESASTRES DAS EPIDEMIAS

Os desastres não são apenas ocorrências ocasionadas por fenômenos como deslizamentos, inundações, vulcões, e muitos outros oriundos do clima ou por causas humanas como rompimentos de barragens, temos também os desastres por somação de efeitos parciais que tem gerado grandes danos anualmente no Brasil. Esta modalidade de desastre e os resultantes de evolução crônica tem ocorrido com maior frequência e geram prejuízos a municípios afetando serviços básicos como a sobrecarga da rede pública, além do aumento na demanda de profissionais e serviços complementares no intuído de prestar resposta a estas situações.

Dentre os principais casos relacionados a categoria de desastres por somação de efeitos parciais com maior relevância no país, encontramos a AIDS; a fome e a desnutrição crônica; os acidentes de trabalho; a dengue e suas ramificações (Tipo 1, 2, 3, 4, 5, Mayaro e Chikungunya).

Em relação às doenças transmitidas por mosquitos cerca de 725 mil pessoas por ano já morreram em todo o mundo. Somente nos últimos cinquenta anos a incidência da dengue se expandiu trinta vezes, fazendo com que cientistas acreditem que a doença tem condições para se transformar em uma verdadeira pandemia mundial, caso não sejam efetivadas medidas eficazes para a redução dos casos.

A dengue é uma doença endêmica que tem atingido mais de 100 países no mundo, inclusive na América Latina e sudeste Asiático. Somente no Brasil houve um aumento de 264% em 2019, segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde, chegando a marca de 229.064 registros nas primeiras 11 semanas do ano.

Embora se propague nos períodos chuvosos em países tropicais, registrou-se a mudança de características, espalhando-se em outras regiões de climas diferenciados, onde tradicionalmente não apresentava ocorrências da patologia em seu território. Devido ao aumento de casos e as mudanças ocorridas, a Organização Mundial de Saúde (OMS) prevê como uma das dez prioridades na área de saúde para 2019 as ações para reduzir a dengue em 50% até 2020.

Em alguns casos notamos os efeitos sequenciais de desastres que implicam em outros fenômenos como no caso de Brumadinho que, após o rompimento da barragem na região do Córrego do Feijão, exigiu que a população e os órgãos públicos locais redobrassem promovendo atenção e ações de combate aos criadouros do mosquito devido as alterações ambientais causadas pelo evento.

Os desastres de toda natureza, incluindo as causadas apor doenças como cólera, ebola, e incluindo a dengue, geram impactos econômicos, sociais e somam perdas de vidas que chega a ultrapassar os números de óbitos causados por guerras, e não pode ser considerado um fator exclusivo de países Subdesenvolvidos. A vulnerabilidade da população está relacionada diretamente a diversos fatores sociais, tendo como protagonista o crescimento desordenado das cidades, a insuficiência das redes públicas e dos sistemas de atenção à população mais carente do país.

A partir de 2014 o Brasil atualizou a classificação da dengue atendendo a orientação da OMS dando ênfase ao conceito de que “a dengue é doença única, dinâmica e sistêmica, de amplo espectro clínico”, que pode ou não apresentar sintomas, assemelha-se, em alguns casos, com uma gripe forte podendo agravar-se até o óbito.

Além da importância das ações públicas, a sociedade em geral é protagonista seja como causador, seja como agentes responsáveis por medidas preventivas, contribuindo para os resultados atingidos. Caso não consigamos atingir resultados satisfatórios de controle, seremos nós, agentes da globalização da doença induzida pela própria ação humana.

Desta forma, notamos a urgência na mudança de hábitos e a necessidade de ações educacionais mais efetivas, exigindo readequações no modo como encaramos e nos preparamos para a implantação de medidas preventivas e na atuação de resposta a epidemias e aos desastres em nosso cotidiano.

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