As altas temperaturas de verão fazem com que muitas pessoas procurem locais para se refrescarem, aumentando o número de turistas e moradores de municípios vizinhos nos rios, cachoeiras e lagos. O problema é que junto com o calor da estação existem os perigos provocados pela chuva (que cai de forma mais frequente nesta época), entre eles o de cabeças d’água, como registrados nos últimos dias em diversas cidades, inclusive como a que gerou a morte de três pessoas numa cachoeira no Parque Ecológico do Paredão, em Guapé, no sul de Minas.
Ainda existe, neste caso, dificuldade de discernimento da diferença entre “tromba d’água” e “cabeça d’água”, tanto por parte dos órgãos públicos, quanto por parte dos banhistas, gera problemas na identificação dos riscos e, consequentemente, na prevenção destes. No caso dos órgãos públicos podemos encontrar equívocos em alguns guias e folhetos destinados a turistas de parques confeccionados pelo ICMBio (Órgão Federal que administra os parques nacionais). Da parte dos banhistas, a regionalização da nomenclatura também interfere nos resultados; em algumas regiões do Brasil, as cabeças d'águas são mais conhecidas como trombas d'água.
Sendo assim, apesar de ambos fenômenos dependerem de condições de chuva forte com grande volume em um curto tempo, faz-se necessário dirimir quaisquer dúvidas: a expressão tromba d'água se refere na meteorologia a um fenômeno climático distinto, é um vórtice colunar (tornado), que acontece sobre área aberta com muita água (tanto salgada quanto doce), provocando chuva forte que cai localizada em um determinado ponto (mais comum na Região Norte do país). Já a cabeça d’água acontece especificamente sobre cabeceiras de rios e cachoeiras, sendo mais comum no verão, onde a chuva forte despeja um grande volume rapidamente, aumentando o nível do rio provocando enxurrada por conta do fluxo de água.
Para ambos, é importante que haja alertas e sistemas de segurança, sinalizações nesses locais, uma vez que é comum a despreocupação dos banhistas com o perigo já que, normalmente, as pessoas que buscam se banhar em ribeirões e/ou cachoeiras para se divertir, relaxar e refrescar, com suas famílias e/ou amigos, estão propensos à distração.
Outras ações poderiam ser incluídas, dentre elas: medidas de prevenção de ocorrências e desastres, como a implantação de ações de monitoramento dos rios mais frequentados por banhistas, sirenes fixas ou móveis, sinalizações, rotas de fuga e pontos de encontros bem notórios para todos, acompanhamento por profissionais de segurança através de rondas (inibindo possíveis problemas e auxiliando desinformados), além do mapeamento dos pontos indicados para os banhistas com sua classificação de risco e a exposição deste material à sociedade de forma que todos saibam onde são os locais apropriados para banhos e as suas devidas informações de prevenção e emergência.
Segundo especialistas, em alguns casos é possível notar alguns sinais que apontam o fenômeno de cabeça d’água como: mudança na coloração da água (ficando mais barrenta e suja), a presença de galhos e folhas, barulhos provenientes de algo como água, rochas e galhos em colisão e também o aumento do nível e velocidade de escoamento. Também é importante monitorar se há chuva na cabeceira do rio e, na observação dessas mudanças, a recomendação é sair da água o mais rápido possível e procurar locais mais altos e seguros.
Antes de ir se banhar em locais como rios, ribeirões, praias ou cachoeiras, é importante tomar, previamente, conhecimento de informações climáticas e de segurança (locais indicados para banhos) e rota de fugas, além de estabelecer um ponto de encontro com os amigos e familiares. Além disso, nunca se banhar em locais ermos e, em caso de chuva, não se arriscar a entrar nas cachoeiras e rios.
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