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Foto do escritorDouglas Sant' Anna

Escolhas que alimentam a vulnerabilidade do povo

Em meio aos riscos de guerras, vulcões, chuvas, entre outros, o ano 2020 iniciou, e consigo, trazendo à tona o medo das consequências e a discussão do papel dos Sistemas de Defesa Civil na sociedade atual, retomando suas origens, vocação e importância no desenvolvimento de medidas para evitar vítimas, perdas e prejuízos.

As vítimas das consequências causadas por fenômenos naturais tendem a responsabilizar apenas a natureza e o clima, entretanto, para que estas ocorrências deixem de ser um evento natural e se tornem um desastre, dependerá da vulnerabilidade que, na maioria das vezes, está relacionada diretamente com a influência ou negligência humana. Como exemplo, o vulcão das Filipinas que entrou em atividade no início deste ano que levou à evacuação de milhares de pessoas podendo, inclusive, ampliar as medidas para outras ilhas próximas, apontando que as medidas preventivas são diferenciais nos resultados causados pelos desastres em geral.

A proporção dos impactos das ocorrências está diretamente ligada as ações humanas e como lidamos com as ações de Defesa Civil em todas as suas etapas, mesmo quando trata-se de ações que vão além das individuais, exigindo um verdadeiro mutirão em prol de um grupo. As escolhas tomadas por gestores, seja de Países, Estados, Cidades, Bairros ou grupos não governamentais, será imprescindível para os resultados. Como o caso do Vulcão ou no caso de uma possível guerra como as que temos entre USA e Irã, que não se restringe apenas aos dois países, mas estendendo a seus aliados, e no meio de tudo, seus povos.

As ações pós- ocorrência vão além de limpar ruas e casas: implantando ações de prevenção, criando projetos, integrando os órgãos governamentais com a sociedade, e principalmente, ouvindo o povo e tornando-o parte de todo o processo. Se ainda assim, houver a ocorrência, prestar resposta rápida e eficiente e depois reconstruir de forma a evitar que volte a acontecer.

Os desastres impactam as comunidades na maioria dos casos, tão profundamente, que as transformam de tal maneira, que nunca mais sejam como antes. A reconstrução de uma cidade exige ações que poderão fugir do padrão utilizado em outras localidades, apresentando características especificas que variam de acordo com tipo de ocorrência, regionalização, cultura e muitos outros fatores, confirmando que não se trata de uma ciência exata e ocorrendo, muitas vezes, em meio a um caos sócio econômico e político consequente do desastre.

As ações exigirão tempo e dedicação, que acontecerão diferentemente em cada região afetada, demandando uma divisão na tentativa de auxiliar a estimar custos e, assim, viabilizar ações que deverão ocorrer a partir da integração do governo local e a população, afim de reativar a economia local, na tentativa de garantir a recuperação da cidade a longo prazo.

Nos casos de desastres tecnológicos a busca de restabelecer a normalidade não se restringe apenas à sociedade, mas ao sistema governamental a fim de suprir as demandas da cidade e de sua população, mas também o empreendimento causador. No caso de Brumadinho, por exemplo, antes de completar 1 ano do rompimento da barragem e, mesmo não tendo sanado os problemas que causou, as ações da empresa já recuperaram seu valor de mercado de antes do ocorrido. Portanto, a causadora conseguiu uma recuperação que os afetados ainda almejam e que muitos nunca terão.

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