top of page

Minha casa, meu refúgio!

Atualizado: 19 de jun. de 2020

O sonho de morar com dignidade, seguro e tranquilamente é algo que está cada vez mais presente na vida do brasileiro, porém existem diversas situações que os distanciam de seu sonho, fazendo o “querer” prevalecer em relação ao “realizar”.

A busca por moradia não é apenas o TER UMA CASA, mas uma ação carregada por uma série de sentimentos, que passam por questões financeiras e de conquista de seu patrimônio, representando um simbolismo emocional de conforto, segurança (física e econômica) e estabilidade, tornando algo concreto que expressa sua identidade juntamente com toda realização deixando às próximas gerações ou a quem desejar.

Entretanto, além das dificuldades econômicas encontradas que restringem ou extinguem as possibilidades em obter algo próprio que possam chamar de lar, em sua maioria os direcionam a regiões que apresentam situações desfavoráveis em questões estruturais, de mobilidade ou até mesmo expondo a riscos. Estes fatores são os que implicam na desvalorização imobiliária tornando mais próximo economicamente destas pessoas.

Deste modo, encontramos famílias sob risco de determinados fenômenos climáticos como tempestades, em vez de ir para suas casas buscar abrigo, as deixam na tentativa de encontrarem um local seguro, e assim aguardar o retorno para suas casas. Isso quando os riscos são conhecidos, mapeados, informados e preparados para evacuação preventiva, o que não ocorreu em Mariana, onde a praticamente 4 anos atrás o rompimento da barragem levou a todos do distrito de Bento Rodrigues e outros locais a saírem de suas casas e nunca mais voltarem, ou em Brumadinho que alguns nem conseguiram sair de seus lares.

Segundo estudos realizados pelo Instituto Igarapé e divulgado o ano passado, ao menos 7,7 milhões de brasileiros foram forçados a se deslocar nos últimos 18 anos, sendo 6,4 milhões estiveram desabrigados ou desalojados por desastres sócio naturais. Em Minas Gerais, com os desastres sócio tecnológicos foi desenvolvido situações de “abrigamento” utilizando hotéis, que para muitos seria a solução, mas que na realidade não foi tão satisfatório gerando indignação, transtorno e preocupação a atingidos como em Brumadinho onde houveram relatos de insegurança por falta de expectativa de retorno ao lar.

Nos casos mineiros, muitos eram moradores de zona rural, com uma vida tranquila, sossegada e produtiva a partir da terra, seja para seu consumo, ou seja como fonte de renda, que mudaram bruscamente sua rotina passando a incerteza de sua vida. Para aqueles que não perderam sua propriedade pela lama mas estão localizados em áreas de isolamento por risco ou por outro motivo, o problema está relacionado aos saques, assombrando-os.

Assim sendo, o sonho do lar realizado em uma localidade antes carregada de história e lembrança, agora jaz apenas lama agravado, em alguns casos, pelo risco da perda da propriedade para o causador, como muito bem dito por um palestrante em um evento de Semana de Prevenção em Mariana que relatava o seguinte: “após o crime, o causador ainda quer ficar com o corpo”, (em relação a empresa ter interesse em ficar com as áreas atingidas após a indenização e o ressarcimento).

Portanto, a garantia da segurança de ter uma casa para chamar de sua não se limita aos fenômenos de forma direta, contrariando uma “frase pronta” para muitos que afirmam “se a pessoa sabe que lá tem risco, porque vai morar lá?”. Entretanto, nos deixa a dúvida se realmente todos sabem do risco ou acabam vítimas de situações que surgem posteriormente. A exemplo da construção de barragens em municípios como em Congonhas, ou em casos de desapropriação de imóveis a pedido do empreendedor, (distrito de Ponte das Almorreimas, em Brumadinho), seja para captação de água ou na tentativa de prevenir um novo rompimento, quando a justiça libera a empresa detentora da barragem a ocupar terrenos particulares próximos (Barão de Cocais).

Não bastasse, em Mariana as vítimas, após anos, ao invés de poder entrar em sua nova casa (que não substitui a anterior, apenas repara), resta apenas acessar e acompanhar o “tour virtual” do reassentamento.

 
 
 

Comments


SOBRE NÓS

A ajuda humanitária busca formas de amenizar as mazelas vividas por populações vitimizadas por desastres.

CONTATO

(24) 98126-4234 (Telefone - Whatsapp)

logisticahumanitaria.clhn@gmail.com

CONECTE-SE
  • Facebook - círculo cinza
  • Instagram - Cinza Círculo
  • LinkedIn - círculo cinza
  • Twitter - círculo cinza
  • YouTube - círculo cinza

© 2019 por Douglas Sant' Anna

bottom of page