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Foto do escritorDouglas Sant' Anna

O cidadão como ator imprescindível

Os riscos de ocorrerem desastres aumentam à proporção da frequência e do volume das chuvas que tem afetado a região Sudeste do Brasil neste verão, resultantes de fenômenos causados pela mudança climática. Frente aos riscos que a população está exposta devido a estes eventos, há de se exigir cada vez mais políticas públicas voltadas para a redução das vulnerabilidades, mas também a implantação de medidas civis (domiciliares) para que as pessoas consigam proteger seus lares, familiares e amigos.

Na busca de redução de riscos e vulnerabilidades, é necessário incorporar as intervenções urbanas e demais medidas realizadas pelos Órgãos Governamentais, ao envolvimento da população através de treinamentos e a construção em conjunto de projetos, principalmente, naqueles que as tornem atores ativos na construção de medidas preventivas.

Dentre diversas medidas, a capacitação familiar por iniciativas em escolas, associações de moradores ou outras agremiações populares tem resultados relevantes em relação a redução de perdas e danos em desastres, pelo mundo. A criação do Plano de Prevenção Familiar onde os integrantes possam identificar quais são as principais ameaças existentes na localidade onde vivem, criando ações de prevenção e resposta, fará toda a diferença para minimizar impactos e colaborar, de forma efetiva, com os profissionais que atuarão nas emergências. As pessoas comuns, preparadas e treinadas, poderão reduzir a vulnerabilidade a partir da compreensão dos avisos, na cooperação aos órgãos de emergência e na resposta rápida em caso de eventos adversos, seja na evacuação eficaz e/ou proporcionando mão de obra qualificada para auxiliar as operações.

Estando preparados e sabendo como agir ao serem acionados pelo sistema de aviso (alerta e alarme) de sua comunidade - ou para os diversos outros que tem sido implantados - o tempo de reação poderá definir a proporção das ocorrências ou mesmo salvar vidas. Projetos de educação e preparo de comunidades como os “NUPDECs” ou de “Defesa Civil nas Escolas” são investimentos muito menores que a reconstrução dos danos, e será o diferencial frente ao desastre.

O conhecimento transmitido e discutido nos lares se faz importantíssimo para o preparo, sabendo que a responsabilidade dos Governos não deixa de existir quando compartilhada com a população. Como no lema da Defesa Civil: “Defesa Civil somos todos nós”, nas casas também não é diferente, sendo necessária a divisão de responsabilidades entre os membros da família, criando um planejamento como em uma equipe e estabelecendo um ponto de encontro, contemplando no projeto os familiares com necessidades especiais e animais de estimação.

A criação de medidas familiares nem sempre é incluída nas ações de preparação das comunidades e em projetos de prevenção e resposta elaborados por unidades de Proteção e Defesa Civil Municipais. Nestas, normalmente são elaboradas soluções em projetos urbanísticos de grande visibilidade ou que objetivam a resposta. Claro que uma intervenção não substitui a outra, e é justamente a partir da integração de ambas é que se pode proporcionar estruturas que resultam em comunidades mais seguras.

De forma alguma as soluções estão ligadas a uma única medida, mas na construção conjunta. Portanto, o preparo das famílias que são os principais conhecedores da região onde vivem, somados com o conhecimento técnico dos profissionais das unidades de Proteção e Defesa Civil serão imprescindíveis para a eficácia da evolução dos programas de prevenção, resposta e reconstrução em caso de desastres.

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