Minas Gerais representa o segundo maior mercado potencial de consumo brasileiro com sua economia estruturada em três pilares: Agropecuária (US$109,8 Bilhões), Serviços (US$38,5 Bilhões) e Indústria (US$9,2 Bilhões) segundo dados do IBGE/Fundação João Pinheiro (FJP)/Departamento de Economia ACMinas que trata do PIB nominal por setores em 2017, além de ser o Estado minerador mais importante do Brasil, representando 8% na composição da atividade econômica, empregando de forma direta quase 50 mil trabalhadores em toda cadeia extrativista.
Atualmente, centenas de pessoas que viviam tranquilas, passaram a conviver com o medo diário de que haja rompimento de barragens, sendo evacuadas por medidas preventivas (como em Itabirito, Barão de Cocais entre outras): temendo por suas vidas e de seus entes queridos, mas também que atinja escolas, unidades de saúde, prédios públicos, moradias, comércios e empreendimentos, e que sejam soterrados também seus sonhos e memórias afetivas.
Em contrapartida, houve uma ação importantíssima para a garantia de segurança, que só foi notada com os casos de Mariana e Brumadinho, mas que impacta no processo econômico já que muitas cidades ainda se mantêm estruturada em uma fonte de renda, predominantemente, vinda da extração de minério: A resolução do Governo Federal, através da Agencia Nacional de Mineração (ANM), determinou a eliminação das barragens do tipo “alteamento a montante” até 2021, além de desativar qualquer instalação e deixar de fazer obras ou realizar serviço em áreas próximas a estas estruturas (são 50 no estado, sendo 27 em operação, 22 paralisadas, além da que rompeu em Brumadinho). Entretanto, ainda esperamos que os debates acerca do ocorrido nos tragam muitas outras reflexões sobre como conciliar a produção mineral com a qualidade socioambiental, criando ações sustentáveis e de diversificação econômica. Além de criar meios que garantam a segurança de manutenção das empresas e novos investimentos nas cidades atingidas.
Em decorrência da tragédia crime em Brumadinho podemos observar não só impactos imediatos no âmbito social, mas também consequências econômicas que se estabeleceram não apenas no estado mineiro, criando reflexos em outras regiões. Esta insegurança reflete em investimentos empresariais e, portanto, na arrecadação das cidades, gerando uma onda de impactos que influenciam diretamente na criação de empregos, giro de capital e em todo processo econômico, pois o investidor busca a satisfação de todos os fatores locacionais antes de estabelecer seu negócio, ou seja, probabilidade de lucro (através de consumo local e regional), vantagens em relação à concorrência etc.
Segundo estudo realizado pela Federação das Indústrias de Minas Gerais (FIEMG), a redução da produção da Vale no Estado pode resultar em uma perda de R$ 23,3 bilhões só em receita industrial, e o Estado sofrerá perda de 4,3% na arrecadação direta e queda no PIB de até 10%, nos fazendo crer que há de se ter urgência do estudo de diversificação da economia a fim de gerar maior independência e prevenção econômica em casos de desastres de grandes magnitudes. Este estudo gerou preocupação ao Governador de Minas que se justificou em evento de 21 de abril em Ouro Preto afirmando que um dos primeiros passos é rever a legislação tributária e que é possível minerar de forma organizada, com segurança e sustentável.
De acordo com diversos estudiosos, o Brasil deve aprender com suas dificuldades a ponto de criar mecanismos de educação para estimular a capacidade criativa, além de gerar cortes dos gastos desnecessários inclusive extinguindo a corrupção e efetivamente investir em infraestruturas, tornando viável a abertura de novos empreendimentos, proporcionando meios para sua implantação, estruturação e mobilidade logística. Ressaltando que o crescimento econômico não é fruto apenas do aumento do consumo que leva ao endividamento, mas principalmente da melhoria da renda, saúde, e educação da população.
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