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BARRAGENS VS TURISMO

O Brasil tem 24 mil barragens registradas, sendo 790 de rejeitos de mineração, e dentre estas 204 com alto potencial de danos, 134 (65%) estão localizadas em Minas Gerais, Estado que reúne uma multiplicidade de atrativos como: riquezas históricas, naturais, culturais, gastronômicas, artesanatos e festas tradicionais. Entretanto o Estado vem sofrendo os impactados dos rompimentos de barragens ou a tortura pelo risco de novas ocorrências como o fato mais recente de Barão de Cocais.

Cidades antes conhecidas como destino de turistas que buscavam belezas naturais em torno de cidades históricas, em meio a uma tranquilidade, passaram a perder visitantes registrando prejuízos devido à redução do número de procura nos períodos festivos e feriados devido ao medo após os rompimentos das barragens no Estado, afetando o fluxo de turismo e prejudicando diversos empreendimentos e a economia local, gerando impacto direto nos empregos locais

O medo também faz parte do cotidiano dos comerciantes, empresários e políticos de municípios que passaram a conviver com barragens que apresentam maior probabilidade de rompimento e que são ligadas por estradas com fluxo controlado por estarem na rota da inundação.

Muitas vezes estas cidades já são afetadas economicamente devido a paralisação das operações da mineração, lembrando que em alguns municípios mineiros, a mineração responde por mais da metade dos empregos. Neste caso, o turismo é utilizado como ramo de diversificação econômica, entretanto, com o risco de rompimento das barragens o sistema adotado para a diversificação não se torna eficiente, comprometendo economicamente o município.

Chama a atenção que, por outro lado, as cidades do entorno que estão fora do risco de serem atingidos pela lama, passam a ganhar um aumento na locação de quartos, criando uma demanda por período maior e mudando o perfil de atendimento de turistas para vítimas desabrigadas ou desalojadas, tonando-se abrigos temporários para as famílias evacuadas das áreas de risco.

A crise exigiu ações em vários âmbitos como a criação de comissões por parte do legislativo, ficando tanto a cargo do executivo quanto da iniciativa privada (através de determinação judicial) a implantação de medidas que garantam a segurança tanto para quem vive na localidade, quanto para os turistas como: rotas de fuga, sinalização, pontos de encontros, entre outros, além da realização de simulados de treinamento para que moradores saibam o que devem fazer em caso de rompimentos. Estas medidas são comuns em países com grande probabilidade de ocorrências de desastres como no Japão, onde a prevenção começa antes mesmo do embarque do turista, através de recomendações divulgadas pelo Itamaraty em seu site ou por aplicativos para celulares fornecidos pela Japan Tourist Association, que envia aos turistas informações prévias sobre terremotos na região onde estiverem.

O que torna o Japão tão seguro é a população, em sua maioria, saber como reagir e ter acesso fácil a informações precisas sobre desastres. Isso se reflete em mecanismos que expandem a segurança aos turistas, além de garantir a estabilidade econômica no seguimento turístico mesmo sendo frequente a ocorrência de desastres no país.

As barragens nem sempre são causadoras de impactos negativos no turismo, muito pelo contrário, o turismo em barragens é uma atividade bastante difundida pelo mundo, principalmente em países da Europa e Norte-Americanos. Já no Brasil, apesar de ser uma novidade, vem ganhando espaço nos últimos anos, principalmente no sul do país, integrando turismo rural e ecoturismo. Como exemplo podemos citar as barragens Taquarembó e Jaguari, situadas na Bacia Hidrográfica do Rio Santa Maria, onde esta modalidade de turismo é considerado uma alternativa socioeconômica para a região.

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