O mundo está frente a um problema que exige adequações para minimizar os graves impactos. A pandemia do Covid-19 já atinge diversos países com um crescente aumento de infectados resultando em restrições, isolamentos e muitas outras medidas que, inicialmente, eram consideradas exageradas ou até mesmo “histeria coletiva” até avançar com demandas de atendimentos acima da capacidade, culminando em óbitos.
É compreensível a negação de um problema que desconhecemos a gravidade, até que ele nos atinja (direta ou indiretamente). Em muitas ocasiões ouvimos falar que esta doença é menos letal que tantas outras com as quais já convivemos em tempos menos alarmantes, porém esta pandemia se espalha em alta velocidade formando uma “curva acentuada” (um pico de contaminados confirmados em um período especifico) que refletirá, diretamente, no número de demandas médicas, elevando os riscos e apontando a necessidade urgente de uma rede de atendimento que poderá ser maior que nossa capacidade atual e que já tem dificuldades em atender suas demandas cotidianas.
Como exemplo da “curva achatada” temos o Japão com o aumento de 1 para mais de 480 entre 16 de janeiro a 9 de março, inversamente proporcional à “curva acentuada” apontada pela Itália que disparou de 3 para mais de 9.000 casos entre 31 de janeiro a 9 de março (uma média de 230 casos por dia, variação 25 vezes maior que o país oriental). No Brasil, tivemos o primeiro caso no dia 25 de fevereiro, chegando no dia 17 de março a 321 casos confirmados (lembrando que os resultados dos testes estão variando de 24 horas à 05 dias dependendo da região).
A prevenção está sendo a protagonista por achatar esta curva e não extrapolar a capacidade de atendimentos simultâneos na rede de saúde (que já opera no limite). Em relação à assistência hospitalar intensiva que, atualmente, contamos com 32.000 leitos (Público e Privado) de UTI para adultos no país, há a tentativa de viabilizar o atendimento emergencial neste momento complexo de pandemia, onde já se inicia o cancelamento de cirurgias eletivas. As unidades de terapias intensivas (UTI) são utilizadas para os casos agravados que pertençam aos grupos de risco, citados inicialmente como: portadores de doenças crônicas como asma, diabetes e do coração, além dos idosos. Entretanto, há pouco fora relatado pela OMS o óbito de jovens e crianças no exterior.
Na tentativa de reduzir a propagação (principalmente nos grupos de risco), a maioria dos Estados e Municípios estão tomando medidas de contenção de aglomeração social, através de ações de suspensão de aulas, festas, eventos, diminuição do limite de lotação em transporte coletivos, bares, restaurantes e cogitando a possibilidade de restringir o acesso de ônibus intermunicipais. Nesse aspecto, a cidade do Rio de Janeiro implantou, inclusive, um sistema de comunicação através de veículos de emergência (Defesa Civil, Bombeiros e Policia) solicitando a reclusão dos transeuntes às suas residências e o Paraguai que implantou medidas extremas como toque de recolher.
Seguindo o modelo de isolamento, muitos países fecharam suas fronteiras, como nossos vizinhos: Argentina, Chile, Peru, Colômbia e Uruguai, entretanto, sem que o Brasil tenha aderido – ainda- a esta medida. Apesar do isolamento ser a principal medida adotada para evitar a propagação (tendo como base a “quarentena domiciliar” para os casos mais brandos), o paciente deve ser monitorado para que não acarrete outros problemas, como o abandono de idosos e animais de estimação.
Na tentativa de frear a propagação deste vírus, estamos frente a uma situação vista apenas nas “cidades fantasmas” descritas em obras de ficção. Por estarmos falando de algo jamais visto nesta proporção, nos deparamos com o medo, insegurança, mas também com ignorância, preconceito e vergonha de prevenir e tomar medidas que poderão garantir vidas. Neste caso, a melhor arma para evitar maiores danos é que cada um seja agente nesta luta, não apenas por si, mas pelo bem comum, sobretudo, em prol dos mais vulneráveis.
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