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Foto do escritorDouglas Sant' Anna

LOGÍSTICA HUMANITÁRIA EM CAMPO DE REFUGIADOS

A primeira tarefa de um profissional de logística em campo de refugiados é auxiliar no fluxo, estocagem e distribuição de recursos fundamentais para a vida como: alimentos, água, kits de higiene e limpeza, roupas e calçados para aqueles que ali vivem. Sendo prioridade inicial a estruturação, ou em alguns casos, a reestruturação do estoque para evitar a ruptura no abastecimento das vitimas e de instalações de auxilio como aquelas destinadas a atendimento de saúde que funcionam nos acampamentos e/ou em hospitais que são implantados, com a finalidade de atender a todas as vitimas.

Primeiro passo para o planejamento e tomada de decisões, é avaliar o seu publico alvo através de quantitativo e agrupar o maior numero possível de informações para que possa atender de forma satisfatória a todos, mas deve ser levada em consideração a variação que ocorre devido à chegada continua de novas vitimas. Como o que ocorre no campo em Domeez foi projetado para atender 20 mil pessoas, e chegou a ter mais de 35 mil refugiados. A cada dia cerca de 100 pessoas cruzam a fronteira da Síria com o Iraque para se refugiar em Domeez. Depois, de ter um fluxo de informações funcional e claro com todos os envolvido, incluindo a comunicação dos pontos de distribuição, métodos adotados e de distribuições.

No entanto, ao planejar, devemos considerar o tipo de moradia que compões esses locais, que são improvisadas e muitas vezes sem estrutura de serviços e sem acesso a aquisição de produtos de uso continuo ou de manutenção. Devem ser priorizadas tanto quanto o processo de estocagem, medidas de melhoria da estrutura de moradia e de prestação de serviços básicos para esta população, permitindo implantação de ações de saneamento e controle da qualidade da água para consumo. Em situação de falta de uma estrutura de saneamento, devem garantir a drenagem dos dejetos das latrinas, assim minimizaremos os danos à saúde. Normalmente o campo cresce muito rapidamente e consequentemente de forma improvisada, sem um sistema de saneamento capaz de suprir as necessidades locais, gerando risco de doenças.

O impactante é saber que são pessoas que um dia tinham casa, acesso à saúde e no outro, perderam tudo. Passando então, a não ter comida e sequer um lugar para dormir.

Na implantação do processo logístico, deve se estruturar de forma minuciosa a gestão de recursos para suprir as demandas destas famílias que encontra em estado vulnerável, prevendo recursos essências para a qualidade de vida pelo período que se faça necessária, até que tenham novamente a possibilidade de recomeçar suas vidas em um local seguro, estruturado e com oportunidades.

Muitas vezes o contexto é tenso e envolve a violência de confrontos armados nestes campos, por serem locais onde existe um grande abalo. Em algumas regiões, como no campo de refugiados no Sudão, que além das dificuldades da operação, foram relatados casos de sequestros proporcionados por grupos como o SPLA (Exército da Salvação do Povo do Sudão, em tradução livre do inglês), ou em locais onde existem denuncias de violência, principalmente contra mulheres e crianças.

O processo de logística nas operações de ajuda humanitária nestes casos, tem um papel importantíssimo não apenas na garantia de direitos nos acampamentos, mas também na aquisição externa de produtos e no transporte até o armazém de estocagem e distribuição, mas também na reestruturação das áreas de remanejo deste povo. Preocupando com os recursos necessários para a construção de moradias, estruturação de serviços, e implantação de meios para o fortalecimento econômico e de criação de empregos e renda. O ideal seria proporcionar meios para a reestruturação dos local de origem desta população, porque muitos não querem fugir da sua terra natal, mas sim dos problemas que tomam os locais que antes viviam, tendo como principais fatores para migrarem destas áreas de desastres naturais ou tecnológicos, como guerra ou conflito, à fome, sede, doenças e mais até mesmo o frio intenso resultantes destas eventos.

A resposta deve ser integrada por todos os envolvidos sem discriminação, mas respeitando as diferenças e principalmente ouvindo aqueles que são afetados direta ou indiretamente pelos desastres, sem que haja a imposição de nações ou grupos que acreditem ser afetados pelo reflexo desta migração e apenas querem dar resposta a sociedade através de medidas populista sem a finalidade de sanar o problema a parti de sua origem. Somente juntos seremos fortes, mas juntos por um único objetivo e não por bandeiras.

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