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Foto do escritorDouglas Sant' Anna

MULHERES

Dentre diversos problemas vividos pelas mulheres na sociedade o principal está relacionado à violência. Embora leis especificas e delegacias tenham sido criadas no Brasil, ainda são numerosos os casos de agressões, assédios, estupros, homicídios, entre outros que incluem o constante monitoramento sobre as atitudes e o corpo das mulheres, que cada vez mais cercados de “regras” e padrões morais que muitas vezes privam os direitos e as liberdades individuais.

O número de relatos de tratamentos diferenciados entre homens e mulheres, levou a Defensoria Pública Capixaba, a expedir recomendações e solicitar ampla pesquisa de dados objetivos sobre a situação das mulheres na Bacia do Rio Doce. Entre os pontos avaliados estão a renda, saúde e (perda) de emprego, apontando índice mais alto entre as mulheres, que antes do desastre mantinham renda informal e após o rompimento tiveram perdas significativas. A mesma pesquisa mostra que 49% das pessoas atingidas pelo rompimento da Barragem de Fundão em 2015, são mulheres que apesar de constituindo praticamente metade do contingente afetado pelo desastre, já manifestaram, em diversas ocasiões, sobre o tratamento diferenciado que recebem dos causadores do desastre nos processos de reparação e compensação dos danos até os dias de hoje.

Entretanto os problemas não são exclusivos do Brasil, como em níveis cruéis relatados em denúncias feitas por instituições atuantes nas ações humanitárias, como a Human Rights Watch (HRW), em Moçambique (África), após a passagem do ciclone Idai em março de 2019. Estes relatos afirmam que mulheres estão sendo obrigadas a fazer sexo para obter ajuda humanitária e que a partir destas denúncias foi solicitado investigação as autoridades, ainda que relatos apontem o envolvimento de algumas autoridades locais.

Portanto podemos notar que as mulheres e meninas sofrem mais com a os desastres sócionaturais ou sóciotecnológicos, uma vez que o caos desencadeado e escassez de alimentos as torna vulneráveis a todo tipo de violências, forçando algumas a vender seu corpo para sobreviver e outras são estupradas em tempos de conflitos e catástrofes, cada vez mais frequentes devido ao aumento de ocorrências.

Ao longo do ano de 2018, milhões de pessoas ao redor do mundo foram afetadas por desastres de diversas formas como: chamas, terremotos, furacões, tormentas, inundações, erupções vulcânicas, rompimento de barragens, entre outros, ressaltando que os 17 desastres naturais mais graves do ano ocorreram em 11 países e ceifaram 5.425 vidas.

Por outro lado é notório que as mulheres têm sido fundamentais tanto em processos humanitários como, principalmente, na solução de situações conflitantes. Em outubro de 2017 saindo da Cisjordânia em direção a Jerusalém, milhares de mulheres palestinas e israelenses realizaram um protesto exigindo que os líderes dos dois países chegassem a um acordo de paz. De acordo com a Associated Press, 8 mil mulheres e crianças árabes e judias se reuniram, ficando lado a lado, com cartazes que diziam “A paz depende de você”, em árabe e hebraico.

Em conflito armado ou desastres as mulheres são quem mais sofrem e precisam de atenção especifica de forma a garantir que tenham insumos adequados e recursos humanos preparados para suprir suas demandas. Além das consequências físicas e psicológicas que passam, elas também sofrem junto aos maridos e filhos vítimas do processo, desta forma as mulheres assumam o papel de manter sua família unida e segura. Sua figura está ligada diretamente com a estrutura familiar, sendo imprescindível para prevenção e resposta como o multiplicador mais preparado para um sistema de defesa civil social eficaz.

Atualmente as mulheres estão em ascensão em missões humanitária e de paz, ocupando cargos de comando em instituições militares e civis com papel extremamente importante e notório, com visão global do processo e implantando ações resiliente em meio aos problemas. Além de manter aflorada, na maioria das vezes, suas características maternas o que faz toda diferença resultando em um processo humanizado.

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