Simulação em pauta
- Douglas Sant' Anna
- 27 de ago. de 2019
- 2 min de leitura
Os simulados de preparação para os desastres, tratam de exercícios práticos onde devem ser empregados todo os recursos necessários para a execução de um plano complexo (ou parte especifica) de forma a avaliar em tempo real, o processo pré determinado. Esta atividade tem a finalidade de analisar as ações realizadas, os recursos empregados e promover a capacitação e treinamento das equipes e a comunidade para enfrentar adequadamente uma situação de emergência e assim minimizar seus impactos.
Após a tragédia crime de Brumadinho, diversas cidades foram amedrontadas com o risco de novos rompimentos, incluindo evacuações ao som de sirenes como em Macacos, distrito de Nova Lima/MG que, mesmo com famílias ainda fora de seus lares devido a uma “evacuação preventiva”, tiveram que passar por treinamentos de simulados para evacuação.
No último sábado (17/08), em Itabira/MG, ocorreu o maior simulado de evacuação de emergência já feito no país segundo, a Defesa Civil Estadual de Minas Gerais. Com foco no treinamento preventivo para 27 mil moradores da cidade, a instituição contava com a participação de aproximadamente 19 mil pessoas. Entretanto, segundo a mineradora Vale, participaram apenas 7.770 moradores (40,9%) do público esperado. Segundo Secretário Nacional de Defesa Civil (ao participar do simulado em Itabira) disse: “Este é um trabalho muito importante, que está alinhado com aquilo que diz o marco de Sendai na ONU, que é a participação da população, do poder público e do setor privado na gestão dos riscos que a população está submetida. Tudo isso deveria ter sido feito antes. Mas não podemos de deixar de aprender com as tragédias. O que está sendo feito hoje mostra uma evolução da prevenção dos riscos”.
O treinamento deve envolver todos os atores do processo, incluindo a comunidade, os órgãos governamentais, não governamentais e a iniciativa privada, de forma a orientar não apenas como sair dos locais de risco, mas também de que forma sair e os recursos necessários para a estruturação destas ações, levando em consideração, principalmente os pontos vulneráveis como: idosos, acamados, deficientes, e outros que possam ser comprometidos em uma necessidade real.
O preparativo destes eventos deve retratar os principais riscos e eventos que poderão afetar a região, cidade, bairro, ou seja qual for a área propícia ao acontecimento, de forma a não gerar confusão nas decisões que deverão ser tomadas em momentos decisivos, prevendo recursos capazes de manter a comunidade informada e apta para executar o que se treina.
É importante ressaltar que não é exclusivo do Estado mineiro e muito menos de empreendimentos minerários. Por exemplo, tramita na Assembléia Legislativa no Estado do Espírito Santo, um projeto de lei que prevê que todas as escolas públicas e privadas sejam obrigadas a realizar, pelo menos uma vez por ano, treinamentos de emergência para abandono de área, no intuito de preparar funcionários, professores e alunos dessas instituições para estarem preparados para agir em caso de eventuais acidentes, seguindo procedimentos padronizados, de forma a garantir segurança e eficácia no processo de resposta a eventos adversos.
Os simulados devem ocorrer periodicamente, até que todos conheçam em sua plenitude tornando-os apitos para colocá-lo em pratica caso seja necessário, e servindo também para analisar diversas situações e cenários. Reforçando que não é um teatro para representar pessoas em fuga, rotas fictícias, cálculos de tempos imprecisos, equipes descomprometidas, e muito menos uma atividade banal.
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